A produtividade agrícola no Brasil cresceu, mas não na mesma proporção do uso de fertilizantes. A questão é simples e preocupante: por que estamos usando mais adubo e produzindo menos por tonelada aplicada?
Este artigo explica, de forma prática e embasada, os motivos dessa perda de eficiência e como o produtor pode recuperar o potencial produtivo da lavoura investindo menos — e produzindo mais.
A Queda da Eficiência dos Fertilizantes no Brasil
Dados históricos mostram uma realidade alarmante:
- 1996: Produção de 535 sacos de soja por tonelada de fertilizante.
- 2022: Apenas 239 sacos por tonelada.
Enquanto isso, países como EUA, Argentina e Índia mantiveram ou até melhoraram sua eficiência.
Isso significa que, no Brasil, colocamos mais adubo no solo, mas produzimos proporcionalmente menos.
Por quê? A resposta envolve desequilíbrios nutricionais, manejo inadequado, solos saturados e baixa biodisponibilidade.
O Fósforo Preso no Solo: O Dinheiro Enterrado Que Ninguém Vê
Pesquisas conduzidas por especialistas como Thiago Broeto e Paulo Pavinato mostram que grande parte do fósforo aplicado fica preso no solo, especialmente em:
- Metais,
- Argila,
- Matéria orgânica.
Estudos apontam que 66% do fósforo aplicado não é absorvido pela planta.
O resultado?
- Gasto excessivo com fertilizantes importados,
- Nutriente acumulado no solo sem utilidade,
- Riscos de crescimento vegetativo exagerado (como sojas gigantes e improdutivas).
Ou seja: pagamos caro para adubar… e parte fica presa no solo como dinheiro desperdiçado.
O Excesso de Nutrientes Também Pode “Envenenar” Sua Produção
Quando há desequilíbrio nutricional, começam os antagonismos:
- Fósforo em excesso x Zinco → Antagonismo
- Fósforo x Níquel → Antagonismo
- Desbalanceamentos → Plantas fracas, suscetíveis a pragas e doenças
A planta desequilibrada se torna “uma parede com tijolos soltos”:
qualquer inseto, fungo ou doença encontra espaço para entrar.
Assim, o produtor cai no ciclo vicioso:
- Aplica adubo em excesso
- Planta desequilibrada
- Mais pragas e doenças
- Aumento no uso de pesticidas
- Custo dispara
- Produtividade não acompanha
É o modelo atual… e está falido.
Pesticidas Sintéticos: Uso Cresce Mais do Que a Produtividade
Nos últimos anos:
- A produção agrícola aumentou 673%
- O uso de pesticidas aumentou 2.119%
Ou seja: estamos aplicando muito mais do que precisamos.
Mas será possível reduzir?
Sim — e existem exemplos reais pelo Brasil.
Casos Reais: Produzir Muito com Menos Fertilizante e Menos Pesticida É Possível
✔ Caso 1 — Fazenda em Montevidiu (GO): Produção Alta com Baixa Aplicação
A Estação de Pesquisa Sinkbill provou que:
- Nenhuma aplicação de fungicida em algumas áreas
- Média de 80 sacos de soja
- Milho segunda safra com 175 sacos
- Redução de 50% nos fungicidas e inseticidas em relação aos vizinhos
✔ Caso 2 — Produtor Adriano Cruvinel
- Saiu de várias aplicações de fungicidas
- Para um sistema com zero aplicação
- Com indução de resistência, nutrição e manejo regenerativo
A verdade é clara: é possível reduzir drasticamente o uso de insumos sem perder produtividade.
Na verdade, muitos estão produzindo mais!
O Novo Olhar Sobre Adubação: Da Solubilidade ao Sistema Vivo
Modelo Antigo (Químico Reducionista)
Focado em:
- N, P, K e raramente S
- Solubilidade imediata
- Ignora biologia do solo
- Pode gerar desequilíbrio
- Aumenta pragas, doenças e custos
Modelo Novo (Regenerativo e Multielementar)
Focado em:
- Silício, manganês, ferro, cobalto, níquel e outros micronutrientes
- Biodisponibilidade real
- Curto, médio e longo prazo
- Biologia do solo ativa
- Aumento da CTC
- Carbono presente
- Efeito pré- e probiótico
- Resistência natural a pragas e doenças
Resultado?
Solo vivo, planta equilibrada, menos praga, menos adubo, menor custo, maior margem.
Como Substituir com Segurança Adubos Minerais e Pesticidas Sintéticos
Para isso, o produtor precisa investir em quatro pilares:
- Supressividade do Solo e Resistência das Plantas
Solos supressivos:
- Reduzem doenças mesmo com patógenos presentes
- Mantêm a planta saudável
- Diminuem a pressão de pragas
- Biodisponibilidade de Nutrientes
Ex.: aplicação de pó de basalto:
- Reduz drasticamente nematoides
- Melhora o sistema radicular
- Alimenta a biota do solo
- Mais Carbono e Nitrogênio no Sistema
Carbono = energia para a vida do solo.
Mais vida no solo = planta mais resistente.
- Saúde do Solo, CTC e ROI
Não basta ser produtivo.
O produtor precisa avaliar:
- Produtividade
- Lucro real (ROI)
- Impacto na saúde do solo
Esse é o verdadeiro tripé da agricultura moderna.
Conclusão: Adubar Mais Não É Produzir Mais
O problema não é o adubo — é como estamos usando.
A agricultura brasileira precisa migrar de um modelo químico e dependente para um sistema equilibrado, integrado e biologicamente ativo.
A pergunta final é:
Você avalia seus fertilizantes apenas pela análise química…
ou também pelo impacto na saúde do solo, no manejo de pragas e no caixa da fazenda?
Produtores que estão fazendo essa transição já estão colhendo mais gastando menos.
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